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segunda-feira, 30 de maio de 2016

Criadora de aplicação usou tequila como «arma» para popularizar site de relacionamentos lésbicos

Criadora de aplicação usou tequila como «arma» para popularizar site de relacionamentos lésbicos



Quando Robyn Exton lançou a sua aplicação de relacionamentos para mulheres lésbicas e bissexuais, em 2013, a falta de anunciantes fazia com que ela percorresse casas nocturnas munida de garrafas de destilados.

«Nos primeiros dias, frequentava casas nocturnas com uma garrafa de tequila na mão, incentivando as jovens a fazerem o download da aplicação em troca de um shot», diz Robyn, de 29 anos.

Além disso, em festivais LGBT no Reino Unido, ela ficava de prontidão do lado de fora das casas-de-banho públicas para promover a sua criação.

O esforço de Robyn foi recompensado. O número de utilizadores cresceu e, desde então, tem vindo a ganhar força graças ao boca a boca positivo.

Fundado em Londres, o Her tem mais de 1 milhão de utilizadoras em todo o mundo. Recentemente, também mudou de cidade - a empresa deixou a capital britânica rumo a São Francisco, na Califórnia (EUA), para ficar mais perto de investidores e da pulsante cena digital.

O Her nasceu da frustração de Robyn com as actuais aplicações e sites de namoro lésbico, que ela não considerava suficientemente bons.

A empresária diz que o mercado estava dominado por «sites de relacionamentos que foram inicialmente criados por homens gays, e ganharam nova roupagem para lésbicas».

Robyn fala com conhecimento de causa. Antes de criar o seu app, ela trabalhava numa agência de publicidade em Londres, onde um dos seus clientes criava plataformas de namoro online.

Mas a ideia surgiu quando ela estava num bar com duas amigas - uma delas havia acabado de terminar um namoro.

«Sugerimos que ela tentasse encontrar alguém num desses sites de namoro; afinal, não havia outra alternativa.»

«Foi doido porque eu conhecia esse sector por causa do meu cliente e pensei, 'isto é realmente o melhor que existe no mercado para as mulheres? É humilhante ver-me forçada a usá-los'.»

Robyn decidiu, então, demitir-se e começou a trabalhar no desenvolvimento da sua aplicação.

Ela voltou a morar com o pai para amealhar dinheiro, trabalhou num bar durante a noite e aos fins-de-semana, e aprendeu sozinha a fazer programação no computador.

Com 10 mil libras, Robyn lançou o primeiro protótipo do Her em 2013, com o nome de Dattch (uma mistura das palavras date (namoro) e catch em inglês.

Mas faltavam-lhe apoio técnico e conhecimento sobre como gerir um negócio.

Robyn conseguiu, então, participar do Wayra, uma aceleradora de start-ups da empresa de telecomunicações Telefônica.

Inicialmente criado para ser uma aplicação de relacionamentos, o Her diversificou o seu conteúdo, incluindo uma secção de notícias e outra de eventos.

«Quisemos transformar o app numa experiência social para as nossas utilizadoras», segundo Robyn.

«A maior parcela delas está num relacionamento, mas usa o app para descobrir o que está a acontecer na cidade, ler conteúdos LGBT e fazer amigos», explica.

Em março de 2015, veio outra grande mudança: Robyn rebaptizou a ferramenta de «Her».

«As pessoas não conseguiam soletrar Dattch», justifica.

Desde o seu lançamento, o Her arrecadou 2,5 milhões de dólares com investidores americanos como Michael Birch, fundador da rede social Bebo, e Alexis Ohanian, co-fundador da plataforma de notícias Reddit.

No entanto, ainda não gerou lucro, já que Robyn se concentrou primeiro em ganhar visibilidade no mercado.

http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?id_news=827141


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