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quarta-feira, 20 de abril de 2016

Aprender com o outro

Artigo muito interessante de Décio, apesar do sobrenome do autor, parece-me o contrário :D
Desculpe-me o autor, apenas ilustrei um pouco seu artigo, para não cansar nossos leitores.

Aprender com o outro

DÉCIO M. CANÇADO


Viver é conviver. Nem sempre é fácil entender a importância e a diversidade das relações interpessoais nas situações de convivência. “A célebre expressão: “Um por todos e todos por um”, imortalizada pelos três mosqueteiros do francês Alexandre Dumas, exemplifica perfeitamente a essência do trabalho em equipe, da convivência harmoniosa, condição primordial para o bom relacionamento, em qualquer ambiente em que se estabelecem as relações sociais.
Imagem sakyabrasil.org 

Ser uma pessoa que se relaciona bem com todos, independentemente de afinidades, é hoje uma das características mais requisitadas nos perfis dos profissionais que procuram se fixar no mercado de trabalho, instigados constantemente a agir com o foco no coletivo. É bom lembrar que, desenvolver o espírito coletivo, é um trabalho que começa desde cedo, ainda na escola.


Casa, trabalho e escola são algumas das esferas que propiciam a interação entre indivíduos. Neles, há a oportunidade de se relacionar com outras pessoas e aprender valores. No entanto, nem sempre essa interação acontece e, segundo especialistas em psicologia humana, os conflitos nas relações interpessoais podem afetar o desenvolvimento individual e coletivo das pessoas.

imagem cpt.com.br

A escola é um ambiente que propicia vivências; nelas, o indivíduo se forma constantemente, a partir da interação com o outro, em uma relação recíproca de quem ensina e de quem aprende. Também é no espaço escolar que se aprende a disciplina e a organização, em constantes relações de conflito, pautadas por concordâncias e divergências.

Para Paula Dely, psicóloga clínica, o principal equívoco nas relações interpessoais é a dificuldade em perceber o outro como um ser diferente, com uma personalidade e com ideias diversas. “Nós tendemos a esperar das outras pessoas as mesmas atitudes e as mesmas ideias que teríamos em determinadas situações. Essas expectativas só trazem frustrações, preconceitos e desentendimentos”, relata. Para ela, conviver e aceitar as diferenças é um grande desafio. “Em uma sociedade cada vez mais individualista, onde as pessoas mostram-se, cada vez mais, estressadas, não há tempo para a reflexão ou para a percepção do outro, agravando ainda mais as dificuldades”.
Imagem ambracollege.com 

Outro equívoco existente é a postura do adulto em relação à criança e ao jovem, pois eles têm o adulto como modelo. Se o professor brinca, ironiza em sala, os alunos respondem da mesma maneira - mas ele não aceita essa atitude, o que gera conflito. Algumas palavras não devem ser usadas pelo professor e ele deve saber que, se quer educar alguém, deve ser exemplo, cuidando com os tons de voz, com a fala. O jovem em processo de aprendizagem precisa aprender regras de boa convivência, ter diante dele, um indivíduo devidamente educado, pois ele absorverá tudo do professor, o bom e o ruim.
Imagem filme: A jovem professora Wei, de Nenhum a menos (1998), de Zhang Yimon: luta para combater a evasão, problema que acomete mais de 1 milhão de crianças na China (Vale a penas assistir!)

É importante lembrar que isso acontece também dentro dos lares. Os pais devem prestar atenção ao que falam, como se comportam diante dos filhos, no dia a dia, ao falar do trabalho com a esposa, em reuniões com os amigos, pois estão sendo observados, constantemente, pelos filhos. Não há como priorizar o ditado popular: “Faça o que eu falo, mas não faça o que eu faço”, como muitos insistem em fazer.

Para se compreender a importância das ‘relações interpessoais’, é fundamental ter um olhar mais atento para as questões referentes à constituição de um grupo: as relações entre os sujeitos, os entraves pessoais e institucionais, o confronto das expectativas e dos desejos das pessoas que estão nelas envolvidas e as condições para a superação destas dificuldades, condições que precisam ser criadas e recriadas no próprio grupo, que precisam nascer dele para se fazerem legítimas.
Ainda de acordo com a Paula, para que as relações interpessoais tenham sucesso, inclusive no ambiente escolar, é necessário pensar no ser humano como sendo um ser essencialmente social. “A aprendizagem depende primordialmente destas interações. É através delas, por exemplo, que uma criança é capaz de compreender o significado do mundo e dos elementos que a rodeiam, assim como construir seus próprios conceitos. O processo de aprendizagem não ocorre solitariamente, e sim, nesta interação com os outros”.

Também é bom lembrar que a escola é um ambiente com indivíduos de históricos diferenciados, o que pode comprometer uma comunicação eficaz. Consequentemente, isso pode refletir no aprendizado, já que algumas dificuldades de relacionamento são provenientes de falhas no processo da comunicação e geram conflitos. Administrar estes conflitos é próprio da tarefa dos educadores, pois as relações, em sua maioria, são naturalmente sujeitas à existência deles”.


Ps. Sobre o filme "Nenhum a menos" poderá ser assistido em: http://www.dopeka.com/doramas/%e2%99%a5-nenhum-a-menos-not-one-less/



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