13 perguntas que todo casal precisa encarar antes do casamento
Antes de dizer o “sim” definitivo, vale questionar como cada um se sente em relação a filhos, família e monogamia, entre outros temas
11/01/2017 - 12H28 - POR ÉPOCA NEGÓCIOS ONLINE
(FOTO: SHUTTERSTOCK)
Seja por timidez ou por falta de interesse, muitos casais não costumam incluir temas “difíceis” em suas conversas. Além de alguém para compartilhar os bons e os maus momentos, talvez ter filhos e construir uma vida juntos, muitos casais se espelham nas relações românticas que veem no cinema e nas séries de TV – com resultados catastróficos para suas finanças, de acordo com Eleanor Stanford,
em reportagem para o New York Times.
“Se você não discute determinados assuntos antes do casamento, você tem que encará-los depois quando já está casado”, diz Robert Scuka, diretor-executivo do Instituto Nacional de Reforço de Relacionamentos. Em poucas palavras, é inevitável tocar em alguns assuntos constrangedores.
Para melhorar o clima da conversa, veja aqui uma lista de 13 perguntas que você pode fazer à cara metade, antes de dizer “sim” na frente dos convidados.
1. Quando há uma discussão na sua família, o que é mais comum: jogar pratos um no outro, discutir calmamente ou ignorar o assunto?
O sucesso de um relacionamento é baseado em como lidar com as diferenças, afirma Peter Pearson, fundador do Instituto dos Casais nos Estados Unidos. Como somos todos moldados pela dinâmica familiar, ao ouvir a resposta para sua pergunta, você terá a chance de entender como parceiro ou parceira deverá reagir – ou se vai ignorar os conflitos e fazer de conta que nada está acontecendo.
2. Você gostaria de ter filhos, e se tivermos, você vai trocar fraldas?
Quando se trata de filhos, é importante ser honesto e não dizer apenas o que seu pretendente espera ouvir, diz Debbie Martinez, especialista em relacionamentos e divórcios. Os casais deveriam discutir honestamente se querem ter filhos, quantos esperam ter, em que ponto da vida esperam que isso aconteça e, principalmente, como se veem como futuros pais. Que tipo de educação querem dar às crianças? Discutir métodos contraceptivos antes de planejar a gravidez é igualmente importante, diz Marty Klein, terapeuta sexual.
3. As experiências com ex-namorado(a) podem ajudar nossa vida a dois ou vão se tornar razão de brigas?
Uma pesquisa feita pela organização Projeto Nacional de Casamento da Universidade de Virginia, nos EUA, apontou que pessoas que tiveram muitos relacionamentos antes de casarem têm mais dificuldade em manter uma relação estável – com risco maior de divórcio e baixa qualidade. Segundo o estudo, quando uma pessoa teve mais relacionamentos que acabaram mal, a probabilidade de que fique comparando essas situações a seu casamento são grandes. Bradford Wilcox, que integra o projeto, acredita que tocar no assunto logo que o relacionamento se torna mais sério pode ajudar e muito. O terapeuta Marty Klein afirma que as pessoas “hesitam em falar claramente sobre seu passado” e podem demonstrar muito ciúmes ou julgar o parceiro(a). “A única maneira de ter uma boa conversa sobre relacionamentos passados é aceitar que a outra pessoa tinha uma vida antes de vocês se conhecerem”, diz.
4. Qual é a importância da religião para você?
Se as pessoas foram criadas em religiões diferentes, é importante questionar se isso afetará o relacionamento. Pode não parecer um problema no início, mas ao ter filhos, muitos casais passam a brigar sobre como as crianças serão educadas. De acordo com Wilcox, é melhor estabelecer claramente para não ter confusão depois.
5. Se eu contrair uma dívida, você vai me ajudar a pagar?
É importante saber como a outra pessoa se sente em relação às finanças pessoais e do casal. Cada um vai manter suas próprias contas ou terão uma conta conjunta? Se há uma diferença grande de renda entre as duas pessoas, uma boa ideia é criar um orçamento básico para as contas que afetam a casa (comida, gás, eletricidade, TV a cabo, internet, etc), aconselha Robert Scuka, do Instituto de Relacionamento. É bom, porém, que essa divisão seja proporcional aos ganhos de cada um, ou seja, se um deles ganha o dobro do outro, em vez de dividir pela metade, que aquele que tem renda maior pague 75% e o outro, 25%. Outros arranjos também podem ser feitos, desde que sejam discutidos a dois.
6. Até quanto você gastaria em um carro, sofá ou mesmo um par de sapatos?
Esse é o tipo de pergunta que pretende evitar discussões na linha “você pagou quanto por isso?!”. Comprar um carro é um grande indicador, segundo o advogado Frederick Hertz, especialista em divórcios. Mas vale tocar no assunto quando se perceber que a pessoa tem o hábito de pagar “acima da expectativa” em relação a determinados itens, seja um relógio, um vestido ou até viagem de férias.
7. Você aceita que eu faça algumas coisas sem sua participação?
Muita gente prefere manter sua autonomia em certos momentos da vida a dois, segundo Seth Eisenberg, presidente da Pairs, uma organização que ensina casais a desenvolverem habilidades que melhoram o relacionamento. Há quem prefira manter encontros com amigos, hobbies ou atividades individuais – o que pode provocar brigas. Vale lembrar, ainda, que pessoas têm visões diferentes do que seja “privacidade”, diz Klein, e isso deve ser objeto de discussão. Uma dica é perguntar o quanto ele ou ela tem necessidade de ficar sozinho ou o que não gostaria de dividir, aconselha Wilcox.
8. Como é que vamos lidar com a família? E sogros e sogras?
Desde que o casal concorde nos pontos principais do relacionamento, se você gosta ou não dos sogros é uma situação que dá para levar com tranquilidade, diz Scuka. Mas se um dos dois não abre mão de um relacionamento muito próximo com os pais e não admite críticas, há um risco grande para o relacionamento. Mas lembre-se: considerar os pontos altos e aceitar as fraquezas de seus pais pode lançar luz sobre os padrões do seu próprio relacionamento.
9. Qual é o peso que o sexo tem em um relacionamento para você?
Casais esperam que a atração sexual se mantenha por todo o casamento, algo que não acontecia há algumas gerações, segundo Seth Eisenberg, da Pairs. Um relacionamento saudável deve incluir a conversa sobre o que cada um espera em relação a sexo, inclusive a frequência, diz o terapeuta Marty Klein. Para que os dois lados fiquem satisfeitos, é importante negociar esses aspectos, diz.
10. Flertar com outras pessoas é aceitável? E pornografia?
Casais que querem se entender durante mais tempo precisam ser honestos e dizer como encaram o uso de pornografia na relação, se o relacionamento vai ser monogâmico ou se há espaço para flertar com outras pessoas. É claro que durante o decorrer dos anos, os dois podem mudar de opinião em relação a várias coisas, mas é importante saber o que cada um espera. O ideal, diz o terapeuta Marty Klein, é que o relacionamento exclusivo seja tratado da mesma maneira que outros assuntos rotineiros, para que o casal possa lidar com possíveis ciúmes e mágoas. A maioria das pessoas tem muita dificuldade em falar sobre pornografia logo no início do relacionamento, mas de acordo com Peter Pearson, do Instituto dos Casais, é um dos motivos de grandes brigas na vida a dois.
11. Você conhece todas as maneiras de dizer “Eu te amo”?
No livro “As cinco linguagens do Amor” (The 5 Love Languages), Gary Chapman introduziu o conceito de que há expressões de amor que podem reforçar um casamento: afirmação, tempo qualitativo, presentes recebidos, atitudes para servir ao outro e contato físico. Já Seth Eisenberg diz que cada casal precisa encontrar maneiras de nutrir seu relacionamento que façam sentido para os dois.
12. O que você admira e o que acha mais irritante em mim?
Casais normalmente se concentram no que mais gostam no outro e deixam de lado as coisas que os irritam, diz Anne Klaeysen, da New York Society for Ethical Culture. Só que casamento é um comprometimento para a vida, e não basta que os dois “se deem bem”, que é como muitos casais descrevem seu relacionamento. Um casamento precisa ir muito além disso.
13. Como você enxerga nosso relacionamento daqui a dez anos?
Ter em mente a resposta para essa pergunta ajuda a lidar com conflitos pontuais, diz Seth Eisenberg. Afinal, a ideia do casamento é algo maior do que uma briga sobre a toalha na cama. Para Bradford Wilcox, do Projeto Nacional do Casamento, projetar esse relacionamento no futuro é uma oportunidade de falar até sobre como os dois encaram o divórcio, no caso de o casamento não dar certo, ou se esperam ficar juntos para a vida toda, na alegria e na tristeza.