Você está em um relacionamento abusivo?
Coletivo Unas e alunos da Unifra fazem campanha de esclarecimento e vão lançar um documentário sobre o tema, no Dia dos Namorados
Não é Você. É Ele09/06/2016 | 07h07Atualizada em 09/06/2016 | 07h08
Foto: Laura Fabrício / Divulgação / Divulgação
Tatiana Py Dutra tatiana.dutra@diariosm.com.br
O desejo de manter um relacionamento amoroso pode se tornar uma armadilha para muitas mulheres. Em uma sociedade na qual vigora a cultura do estupro – que banaliza e justifica a violência contra a mulher ao associar seu valor às suas condutas morais e sexuais –, uma jovem pode se sentir tentada a aceitar a ¿sugestão¿ do namorado de não sair de casa com uma roupa provocante, por exemplo. Ou a não usar maquiagem. Ou a concordar que pode ser trocada por outra se não emagrecer. Ou mesmo a acreditar que foi ela quem provocou o soco que tomou durante uma briga com o amado.
Foi pensando nessas mulheres que os estudantes de Publicidade do Centro Universitário Franciscano Caroline Pigatto Motta e Hélison Ferreira Leeher desenvolveram o projeto Não é Você, é Ele. É uma campanha que visa evidenciar características dos relacionamentos abusivos para que as mulheres entendam que elas não são culpadas, mas vítimas. O projeto surgiu na disciplina Projeto de Extensão em Comunicação Comunitária, que propõe o desenvolvimento de um projeto de cunho social.
– Percebemos que, em Santa Maria, não havia um projeto sobre relacionamentos abusivos. Só ouvíamos amigas contando que passaram por isso e que demoraram a perceber. E, quando se deram conta, não sabiam como sair porque se sentiam culpadas, que ninguém iria querer ficar com elas. É isso que queremos desconstruir – diz Caroline.
Ideias: O que é a Cultura do Estupro, por Nikelen Witter
Para veicular a campanha, que é totalmente online, os estudantes se uniram ao Coletivo Unas. Criado há um ano, o movimento reúne, no Facebook, mulheres interessadas em debater questões feministas. Desde então, realiza eventos como palestras e debates públicos sobre o tema, em escolas e outros locais. Por meio de uma identidade visual interessante, eles veiculam postagens com informações sobre direitos da mulher, sobre o Ligue 180 (para denúncias de violência), além de postagens sobre comportamentos que a primeira vista podem ser comuns, mas que, se frequentes, podem ser sinais de relacionamentos abusivos – como reclamar da aparência física, impedi-la de estudar ou sair só.
– Às vezes, as pessoas podem pensar que só é abusivo quando tem agressão física e, na verdade, na maioria das vezes, tudo começa antes com o abuso psicológico – diz Caroline.
O próximo passo da campanha está prestes a ser dado: o lançamento do documentário Meu Relacionamento Abusivo. O vídeo de 46 minutos conta com o depoimento de cinco mulheres que já se viram nesse tipo de relação.
– Elas contam como começou, em que momento perceberam que aquilo era abusivo e como saíram da situação – adianta Camila, acrescentando que o filme traz a opinião das psicólogas Vânia Fortes e Julia Lopes de Sousa.
Caso não veja o video assista em: https://www.facebook.com/ColetivoFeministaUnas/videos/486290971570491/
Julia do Carmo, 25 anos, integrante do Coletivo Unas, é uma das entrevistadas do documentário. Ela acredita que o vídeo, assim como a campanha vai ajudar a empoderar as mulheres e jovens que passam por essa situação:
– Acredito que esse tema deve ser abordado e discutido, principalmente entre as meninas mais novas, já que é tão comum e ao mesmo tempo tão invisibilizado. A oportunidade de ter a minha história e de outras meninas em um produto com a possibilidade de chegar a várias pessoas me estimulou ainda mais. É importante reconhecermos que relacionamentos abusivos acontecem todo tempo e mostrar pra elas que isso não é normal e que a culpa não é delas – opina Julia.
Foto: Divulgação / Divulgação
O filme terá pré-lançamento hoje à noite, em um evento fechado, no Vaca Profana. Mas no domingo, Dia dos Namorados, estará disponível na página do Unas, a partir das 20h. A partir dele, uma nova ação de conscientização e acolhimento será iniciado.
– Queremos convidar o público que passou por esse tipo de relacionamento, a enviar seu vídeo para a página contando sua vivência, como uma forma de continuar o documentário. Afinal, nós precisamos meter a colher em relacionamentos abusivos. A melhor maneira de fazer isso é a partir de pessoas que passaram por ele – diz Caroline
MEU RELACIONAMENTO ABUSIVO
– Direção: Caroline Pigatto Motta
– Roteiro: Caroline Pigatto Motta e Hélison Ferreira Leeher
– Com: depoimentos de Natália Barchet, Nanda Fernandes, Alice Carvalho, Julia do Carmo e Luana Dornelles Moreira
– Produção: Brasil, 2016, 46min, documentário
– Quando: disponível na fanpage do Coletivo Unas, no Facebook, a partir de domingo, às 20h.
Foto: Laura Fabrício / Divulgação / Divulgação
Tatiana Py Dutra tatiana.dutra@diariosm.com.br
O desejo de manter um relacionamento amoroso pode se tornar uma armadilha para muitas mulheres. Em uma sociedade na qual vigora a cultura do estupro – que banaliza e justifica a violência contra a mulher ao associar seu valor às suas condutas morais e sexuais –, uma jovem pode se sentir tentada a aceitar a ¿sugestão¿ do namorado de não sair de casa com uma roupa provocante, por exemplo. Ou a não usar maquiagem. Ou a concordar que pode ser trocada por outra se não emagrecer. Ou mesmo a acreditar que foi ela quem provocou o soco que tomou durante uma briga com o amado.
Foi pensando nessas mulheres que os estudantes de Publicidade do Centro Universitário Franciscano Caroline Pigatto Motta e Hélison Ferreira Leeher desenvolveram o projeto Não é Você, é Ele. É uma campanha que visa evidenciar características dos relacionamentos abusivos para que as mulheres entendam que elas não são culpadas, mas vítimas. O projeto surgiu na disciplina Projeto de Extensão em Comunicação Comunitária, que propõe o desenvolvimento de um projeto de cunho social.
– Percebemos que, em Santa Maria, não havia um projeto sobre relacionamentos abusivos. Só ouvíamos amigas contando que passaram por isso e que demoraram a perceber. E, quando se deram conta, não sabiam como sair porque se sentiam culpadas, que ninguém iria querer ficar com elas. É isso que queremos desconstruir – diz Caroline.
Ideias: O que é a Cultura do Estupro, por Nikelen Witter
Para veicular a campanha, que é totalmente online, os estudantes se uniram ao Coletivo Unas. Criado há um ano, o movimento reúne, no Facebook, mulheres interessadas em debater questões feministas. Desde então, realiza eventos como palestras e debates públicos sobre o tema, em escolas e outros locais. Por meio de uma identidade visual interessante, eles veiculam postagens com informações sobre direitos da mulher, sobre o Ligue 180 (para denúncias de violência), além de postagens sobre comportamentos que a primeira vista podem ser comuns, mas que, se frequentes, podem ser sinais de relacionamentos abusivos – como reclamar da aparência física, impedi-la de estudar ou sair só.
– Às vezes, as pessoas podem pensar que só é abusivo quando tem agressão física e, na verdade, na maioria das vezes, tudo começa antes com o abuso psicológico – diz Caroline.
O próximo passo da campanha está prestes a ser dado: o lançamento do documentário Meu Relacionamento Abusivo. O vídeo de 46 minutos conta com o depoimento de cinco mulheres que já se viram nesse tipo de relação.
– Elas contam como começou, em que momento perceberam que aquilo era abusivo e como saíram da situação – adianta Camila, acrescentando que o filme traz a opinião das psicólogas Vânia Fortes e Julia Lopes de Sousa.
Caso não veja o video assista em: https://www.facebook.com/ColetivoFeministaUnas/videos/486290971570491/
Julia do Carmo, 25 anos, integrante do Coletivo Unas, é uma das entrevistadas do documentário. Ela acredita que o vídeo, assim como a campanha vai ajudar a empoderar as mulheres e jovens que passam por essa situação:
– Acredito que esse tema deve ser abordado e discutido, principalmente entre as meninas mais novas, já que é tão comum e ao mesmo tempo tão invisibilizado. A oportunidade de ter a minha história e de outras meninas em um produto com a possibilidade de chegar a várias pessoas me estimulou ainda mais. É importante reconhecermos que relacionamentos abusivos acontecem todo tempo e mostrar pra elas que isso não é normal e que a culpa não é delas – opina Julia.
Foto: Divulgação / Divulgação
O filme terá pré-lançamento hoje à noite, em um evento fechado, no Vaca Profana. Mas no domingo, Dia dos Namorados, estará disponível na página do Unas, a partir das 20h. A partir dele, uma nova ação de conscientização e acolhimento será iniciado.
– Queremos convidar o público que passou por esse tipo de relacionamento, a enviar seu vídeo para a página contando sua vivência, como uma forma de continuar o documentário. Afinal, nós precisamos meter a colher em relacionamentos abusivos. A melhor maneira de fazer isso é a partir de pessoas que passaram por ele – diz Caroline
MEU RELACIONAMENTO ABUSIVO
– Direção: Caroline Pigatto Motta
– Roteiro: Caroline Pigatto Motta e Hélison Ferreira Leeher
– Com: depoimentos de Natália Barchet, Nanda Fernandes, Alice Carvalho, Julia do Carmo e Luana Dornelles Moreira
– Produção: Brasil, 2016, 46min, documentário
– Quando: disponível na fanpage do Coletivo Unas, no Facebook, a partir de domingo, às 20h.
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